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Billie Jean King, a mulher que venceu a “Batalha dos Sexos”

É clichê, mas em algumas ocasiões é impossível não usar a velha máxima: “é muito mais que um jogo”. O dia 20 de setembro de 1973, guarda uma dessas histórias que ultrapassam os limites do esporte e modificam vidas.

Antes é preciso compreender o contexto social que embalou a partida entre Billie Jean King e Bobby Riggs e ficou conhecida mundialmente como “A Batalha dos Sexos”. Apenas 10 anos antes, em 1963, Betty Friedan escreveu o best-seller “A mística feminina”, livro que seria considerado a bíblia do movimento feminista e que modificou a forma como a mulher se posicionava em relação ao mundo.

O final dos anos 1960 e início dos 1970, foram de muita inquietação e transformação. As ordens sociais vigentes há séculos começaram a ser questionadas e derrubadas. Em contrapartida, aqueles que resistiam aos avanços sociais reagiam com vigor, na maioria das vezes com violência ou como no caso de Bobby Riggs com machismo explícito.

O veterano, então com 55 anos de idade, tinha um passado de conquistas no tênis, como o título de Wimbledon de 1939. Mas esse passado estava bem distante para que os holofotes ainda mirassem o velho Riggs. Foi então que o fanfarrão ex-jogador decidiu fazer um desafio que unia sua vontade de aparecer com a necessidade de espalhar seu machismo:

A australiana Margaret Court, número 1 da época, aceitou o desafio e mordeu a isca jogada por Riggs para debochar das mulheres e, de quebra, autopromover sua imagem. Court foi derrotada por 2 sets a 0, 6/2 e 6/1. Um verdadeiro vexame que apenas reforçou a ‘superioridade’ masculina.

Mas as mulheres estavam mais organizadas do que nunca, naquele ano após muita pressão do movimento feminista, a lei Title IX foi aprovada no Congresso dos Estados Unidos e garantiu a isonomia na distribuição de recursos governamentais para homens e mulheres nas escolas e universidades do país. No tênis, Billie Jean King era uma das figuras mais representativas do movimento e em 1973 fundou a Women’s Tennis Association (WTA).

Mesmo com tudo isso acontecendo, Riggs continuava com suas provocações contra as mulheres e Billie Jean King sentiu que era a hora de dar uma lição, não apenas em Bobby Riggs, mas em todos que acreditavam que as mulheres não eram capazes. Por isso, aceitou o desafio do ex-campeão de Wimbledon.

Claro que a TV se aproveitou do evento para gerar milhões de dólares de renda. Para isso promoveu ao máximo o duelo com coletivas e sessões de fotos de King e Riggs posando como se estivessem se encarando. Foram 4 meses rodando o país para divulgar a partida e o que era uma causa para as mulheres e quem mais quisesse a igualdade de gênero, foi transformado em um grande circo.

No dia do jogo, mais demonstrações espetaculares para a TV, na entrada em quadra Riggs apareceu em cima de um riquixá puxado por jovens mulheres. King surgiu no Astrodome, em Houston, sobre uma liteira carregada por musculosos homens.

O que mais impressiona é que mesmo submetida a toda essa pressão e espetáculo, Billie Jean King não perdeu o foco em nenhum momento e iniciou o jogo com força máxima.

King estava tão atenta ao jogo que percebeu um erro em sua estratégia quando teve o serviço quebrado no quinto game, o momento mais difícil da partida para as mulheres. Mesmo nervosa pela situação, B. J. King percebeu que Riggs não tinha força para atacar e estava se aproveitando da potência dela.

Imediatamente mudou sua forma de jogar apenas passando a bola para o outro lado da rede e exigindo mais preparo físico de seu adversário. Assim desgastou Riggs e fechou o primeiro set em 6 / 4. Repetiu a estratégia nos sets seguintes; no segundo venceu por 6 / 3 e no terceiro reeditou o 6 / 4 do primeiro set, mostrando ao mundo o auge técnico, mental e físico da jogadora, então aos 29 anos de idade, que alguns anos depois seria a número 1 do mundo.

Ao final do jogo, Billie Jean King triunfou sobre o atônito machista Bobby Riggs que saiu de quadra humilhado pelos sonoros 3 sets a 0 que sofreu de uma mulher, aquela que era ‘inferior’ até pisar naquela quadra e que com raquetadas firmes ajudou a libertar as mulheres. De quebra faturou o prêmio de 100$ mil dólares a que o vencedor tinha direito.

Foram mais de 30 mil pessoas presentes no Astrodome, o maior público de uma partida de tênis até 2010. Na TV mais de 50 milhões de pessoas assistiram à partida que representava muito mais que um jogo.

Esportivamente não foi nem de perto o título mais importante de Billie Jean King que encerrou a carreira em 1983, com 129 títulos de simples no currículo, sendo 12 de Grand Slams. Em duplas femininas foram 16 Grand Slams e em duplas mistas mais 11 títulos.

Porém o maior título de Billie Jean King foi vencer o machismo e ajudar a quebrar as barreiras que, infelizmente, ainda hoje retiram a liberdade das mulheres. Foi depois da vitória de Billie Jean na Batalha dos Sexos que o US Open passou a pagar de forma igualitária homens e mulheres, foi o primeiro Grand Slam a fazer isso; processo que só terminou nos 4 Grand Slams em 2007, quando Wimbledon também adotou premiações iguais.

Num dia como o de hoje em que comemoramos o Dia Internacional das Mulheres, data que sequer existia oficialmente quando King venceu aquele jogo, é bom fazer uma reflexão sobre como o machismo ainda prejudica tanto a sociedade, mas também como a ação de mulheres corajosas fez o mundo mudar muito nos últimos 45 anos.

Billie Jean King mudou o mundo colocando sua coragem e força em sua raquete e escreveu para sempre seu nome na história do esporte e da luta por igualdade:

Ainda hoje homens e mulheres vêm a mim e dizem como assistir àquele jogo mudou suas vidas. Mulheres que estavam trabalhando sentiram-se mais aptas a pedir aumento para seus chefes. E os homens jovens, que viram a partida, tornaram-se a primeira geração de homens no movimento feminista. Agora muitos deles têm filhas e querem as mesmas oportunidades para elas e para os seus filhos. Isso, para mim, é o mais importante e duradouro legado desse jogo
Billie Jean King
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